Cia O Grito
1001 FANTASMAS (2010)
Figurino: Telumi Hellen Direção: Roberto Morettho Cenografia: Marisa Bentivegna *Em breve mais informações!
PROCESSO
1002 FANTASMAS (2022)
Figurino: Telumi Hellen Elenco: Camila Faria, Junia Magi, Samira Pissinato e Wilson Saraiva Cenografia e Iluminação: Marisa Bentivegna Trilha Sonora: Mariane Mattoso Cenotécnico: Maurício Matheus Operação de luz: Marisa Bentivegna Montagem de luz: Laura Ribeiro Técnico de luz: Matheus Espessoto Assistente de adereços , objetos/ acessórios e produção para figurinos: Camila Faria Assistente de figurinos: Mari Moraes Aderecista de cabeças esculturais: Dhanndara Shoyama Assessoria de imprensa: Arte Plural Fotógrafo: Fellipe Oliveira Produção Audiovisual: Ícarus Transmissões: Mínima Produtora de Ideias Assistente de produção: Maurício Caetano Produção Geral: Wilson Saraiva Produção Artística: Companhia O Grito
DIANA LUANA (2018)
Cenografia, Figurinos e Visagismo: Telumi Hellen Texto: Companhia O Grito livremente inspirado no livro Diana, Luana, Luanda de Ana Lasevicius Dramaturgia: Marcelo Romagnoli Encenação: Roberto Morettho Assistente de Direção: Wilson Saraiva Direção musical: Eugênio Lima Assistência Dir. Musical: Viviane Barbosa Elenco: Fúlvio Bicudo, Junia Magi, Samira Pissinatto e Wilson Saraiva Cenotécnicos: Andreia Mariano e Marcelo Machado Aderecistas: Ateliê de costura Salete André Silva e equipe Desenho de luz: Marisa Bentivegna Instalação elétrica: Jean Marcel Silva Trilha: Eugênio Lima, Viviane Barbosa e Companhia O Grito Desenho de Som e Preparação Musical: Eugênio Lima e Viviane Barbosa Produção Geral: Wilson Saraiva Produção Artística: Companhia O Grito
ESTRADA 55 (2014)
Figurino: Telumi Hellen Projeto que integra a formação dos jovens da Barra do Sahy pela Verde Escola. Direção: Roberto Moretto Foto: Milene Milan *Em breve mais informações!
PROCESSO
MENINO DEUS DIONISIO (2014)
Cenografia e Figurino: Telumi Hellen Direção: Roberto Morettho Design Gráfico: SESC Foto: Roberto Morettho SESC Belenzinho *Em breve mais informações!
O GIGANTE ADAMASTOR (2018)
Cenários, Figurinos e Adereços: Telumi Hellen Direção e Encenação: Roberto Morettho Dramaturgia: Cia O Grito inspirada no original de Luiza Prietto Assistência de Direção: Wilson Saraiva Elenco: Junia Magi, Samira Pissinatto, Wilson Saraiva Trilha Musical: Maurício Maas Participação especial nas trilhas: Manuela Amaral Operação de som: Rebeka Teixeira Vozes dos poemas: Julia Irajá e Matheus Manfrim Iluminação: Robson Lima Operação de Luz: Sylvie Laila Versão Musicada do poema Adamastor: Emanuela Amaral Assistentes de Cenografia: Angeli Cristie, Gabriela Gatti, Ro Ra Lee Confecção de livros: Clau Carmo Confecção de bonecos das personagens: Camila Olivetti e Paula Rosa Assistente de Adereços: Larissa Santos Costura: Salete André Silva Oficina de jogos e brincadeiras populares: Tião Carvalho Produção geral: Wilson Saraiva Produção Artística: Cia O Grito O Gigante Adamastor Texto Crítico por Alexandre Mate *Mestre em Teatro e doutor em História Social (ambas pela USP); professor-orientador do programa de pós-graduação da Unesp; autor de centenas de textos e livros sobre a linguagem teatral. “O Gigante Adamastor: um espetáculo “crochetado” em delicadezas” Inúmeras podem ser as alegrias do/no viver. Uma sociedade injusta, desigual faz bem apenas aos donos do capital e de determinada concepção excludente que interessa, apenas, a certos e maléficos detentores do poder. Em oposição a tal estado de barbárie e de arbitrariedade, seria necessário vencer os preconceitos, os fanatismos, a violência permanente. Pensar o outro/ outra como semelhante, mesmo que diferente de nós, não é algo tranquilo, sobretudo em sociedades exasperadas pelos ódios, como, ainda, se caracteriza a sociedade brasileira. Primeiro motivo de alegria: encontrar estudantes com os/as quais se conviveu na universidade, depois de mais de uma dezena de anos, resistindo e enfrentando os ditos “dragões da maldade”, foi surpreendentemente significativo. Estudantes insistentes e dedicados/ dedicadas à linguagem teatral (ao sujeito histórico teatro de grupo), foi uma alegria infinda: salves à Junia Magi, Samira Pissinatto e Wilson Saraiva. Segundo motivo de alegria: além de estarem na lida (luta), o trio, que participa da Cia Teatral O Grito, fundado criado em 2003, apresentou um lindíssimo espetáculo, inserido na 18ª edição do Festival Nacional de Teatro – Fentepira, edição 2023. Terceiro motivo de alegria: o coletivo teatral toma a personagem mítico-grega Adamastor, recriada primeiramente pela genialidade de Luiz Vaz de Camões, muito provavelmente como um símbolo que ajudou a superar determinadas superstições do povo lusitano; em reconfiguração e adaptação de Heloisa Pietro, possivelmente para vencer os preconceitos malévolos dos últimos anos do poder político no Brasil. Trata-se de obra que busca, recorta, manifesta aspecto das origens. Estamos em um tempo urgente de recuperação dos nossos “aqui viemos!”. Escolha e criação acertadíssimas. A junção de tais alegrias, ampliou-se pelo belo e delicado espetáculo, dirigido por Roberto Morettho. A direção de Morettho, em tese, transita na proposição “contação de história”. O resultado de tal criação, é indicada às crianças, às pessoas adolescentes, à gente adulta, à gente velha.... evidentemente, seres sensíveis. De acordo com um dos grandes mestres do teatro brasileiro, caracteriza-se em mais uma arbitrariedade estabelecer determinados limites, então, melhor seria pensar que bom teatro serve à todas as faixas etárias. Teatro de rua inserir-se-ia em tal proposição. Afinal, em espaços públicos abertos, a obra, ao “invadir” ou reconfigurar um espaço indistinto, confere-lhe um caráter estético, que serve a todas as faixas etárias. Nessa categoria representacional, um espetáculo coligi um conjunto de características para melhor “atender” às mais distintas diversidades do conjunto de transeuntes que trafega por um espaço público. Trata-se, portanto, e é esse também o caso de O Gigante Adamastor, da criação de uma obra que, atenta às formas populares de cultura (em seus hibridismos e ausência de estilo único), busca manifestar-se para agregar, afetar, abraçar (insisto) à gente sensível. O trio de intérpretes narra, assume-se personagem (no plano mítico e no da vida cotidiana), canta, manipula diferentes tipos de bonecos (que se incorpora ao corpo, que se manipula, mamulengo), assume-se como ator e atrizes (em procedimento de metateatralidade) e assume contrarregragem cênica. O resultado é muito bom, tanto do ponto de vista individual como na condição de coro. Para emoldurar e criar um estado de beleza, cuja delicadeza se eleva ao paroxismo, a criação visual da obra colige figurinos (crochetados), cenografia e adereços concebidos pela mestra Telumi Helen. Pura poesia comovente. A proposta tem uma ancestralidade artesanal inequívoca. Do conjunto é preciso destacar o conjunto de bastidores (ou biombos ou tapadeiras vazadas), com uma cobertura de fitas, ostentando detalhes artesanais muito belos, com iluminação independente. Esse conjunto, mais do que apenas cenografia, dança, e algumas vezes tem características de personagem. Não bastasse isso, os diversos tipos de bonecos são muitos belos e há um enorme livro que serve para indicar, mostrar, sugerir e guardar os três bonecos: extremamente inspirador. E as miniaturas!?!? Naus em livros, pequenos terrários marítimos… Desde o início, o espetáculo que começou na rua (quase como um cortejo). Já no espaço “oficial” de apresentação, e após um pequeno intervalo de tempo, foi possível perceber que a obra era tecida em estado de delicadeza. Parafraseando versos de composição de Chico Buarque de Hollanda (a quem se permite), a obra seguiu... e nós, espectadores e espectadoras nos deixamos conduzir como encantados, em obra talhada/ crochetada em delicadeza, seguindo ao lado/ junto dela. Longa vida ao coletivo e que muitas outras obras “gritadas em delicadeza” possam surgir, medrar. “Isso aqui, ô, ô. É um pouquinho de Brasil, iá, iá...”.